"Quando se trabalha está-se forçosamente numa
solidão absoluta. Não se pode fazer escola, nem fazer parte de uma
escola. Há apenas trabalho nas trevas, e clandestino. Só que é uma
solidão extremamente povoada. Não povoada de sonhos, de fantasmas nem de
projectos, mas de encontros. Um encontro, é talvez o mesmo que um devir
ou umas núpcias. É do fundo dessa solidão que se pode dar qualquer
encontro
. Encontram-se pessoas (e por
vezes sem as conhecer nem as ter jamais visto), mas também movimentos,
ideias, acontecimentos, entidades. Todas estas coisas têm nomes
próprios, mas o nome próprio não designa de modo algum uma pessoa ou um
sujeito. Designa um efeito, um ziguezague, alguma coisa que passa ou que
se passa entre dois como sob uma diferença de potencial"
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