“O jogo não é uma agitação a mais dos músculos sob a pele,
uma gesticulação de superfície, uma tríplice atividade das partes visíveis e
expressivas do corpo (amplificar as caretas, revirar os olhos, falar mais alto
e com mais ritmo), jogar não é emitir mais sinais; jogar é ter, sob o invólucro
da pele, o pâncreas, o baço, a vagina, o fígado, o rim e as tripas, todos os
circuitos, todos os tubos, as carnes pulsantes sob a pele, todo o corpo
anatômico, todo o corpo sem nome, todo o corpo escondido, todo o corpo sangrando,
invisível, irrigado, exigindo, mexendo ali debaixo, reanimando-se, falando.”
Valere Novarina
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