quarta-feira, 23 de junho de 2010
ASAS
Abre a janela para olhar o mundo
E na noite azul-profundo
Acender tua candeia
Abre a janela para ouvir estrelas
E sem contá-las e nem tê-las
Sentir todas junto a ti
Abre a janela pra beber da chuva
Repentina água curta
Pé de vento em caracol
Abre a janela pra colher as cores
Para se tingir de flores
Pra abraçar o sol
Abre a tua porta pra sair pro mundo
Pra correr desnudo em chão mais fecundo
E deixar-se esquecer
Abre os teus olhos para regar a terra
Pra deserdar da própria guerra
Para, enfim, reflorescer
Sai de tua casa pra correr perigo
Pra descobrir novos abrigos
Em teu próprio coração
Abre tuas asas pra sair do ninho
E sentir bem de pertinho
A vida ser em tuas mãos
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