Depois que a ultima chuva
Chorou no serrado
Com suas agulhas de vidro bordado
Acordou vida nova no velho sobrado
Abriu-se janela pro abraço do sol
E o sol manhecente de terra molhada
Dourou as cortinas do quarto manchadas
Tingiu cord e mel a mulher no lençol
E Luiza sorriu
Pois era Primavera
E a noite silente
Se fora pra longe
Quem sabe quem dera
Quisera brotassem
Novos amores em seu coração
E luzia pudesse aquietar sua alma
E escrever no caderno a falta constante
E cantar saudades na hora mais calma
E esquecer o poeta nas mãos do gigante...
ANDA LUZIA CANSADA
DE TANTO CHORAR A DOR
SEU POETA-CENTAURO
SUMIDO, PERDIDO
NUM FOGO DE ARTILHARIA
SANGUE TRANSBORDA DAS NOTAS
QUE FEREM AS CORDAS DE SEU VIOLÃO
E A ESPANHA INTEIRA RECLAMA
"LUZIA, INFLAMA SUA INSSURREIÇÃO!"
A roda do tempo gira
E seus cabelos de branco fere
E a gira do tempo roda
Seu rosto em marcas de intempérie
Nunca mais se abriu janelas
Nunca mais se ouviu estrelas
Nunca mais bandeira
Adeus, adeus, mulher faceira
Seu sorriso era fogueira
No seio da escuridão
Um tição que reluzia
Dentro de meu coração
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