"Um poema em movimento, em forma de mulher também... Um poema que parecia flutuar... E sentado e dançando e rindo e falando suave, e falando forte, cheio de emoção e dramaticidade... Um poema com velas ao redor, em chamas, nos chamando... Com luzes frescas, luzes transparentes, ambas na pele do poema, transpassando a alma dele... Abrindo, fechando, expondo, escondendo... Uma música no poema, que arrebata, expõe a vida mais importante do poema no fim... Vida dos filhos, filhos poemas... Poemas de encenação tão simples, tão direta... De direção sabida, gradativamente sabida, inteligente, perspicaz... Manejou o poema de leveza, de tão rara beleza... Eita que vontade de dizer que o simples existe e é difícil, é difícil de existir... Quanto mais de ver, e eu vi... Me deleitei... Como fico agradecido... Agradecido... Que bom que vendo o poema beber e beber, beber e beber pra escrever e escrever... O preto, beber o preto pra escrever, a preta... Preta poema, escreve, escreve em folhas puras, poema de preta despojada, atenta, compenetrada, jogada, arisca... Preta mulher poema... Não há cansaço que vença com esse preto engolido. Essa preta bebendo e dizendo, dizendo... Dizendo e fazendo... E quando não fazia, sofria... Sofre, sofre e segue, tem que seguir dizendo, narrando a vida... O fado é um frouxo nó... A determinação é a morada da negra... E mais, e bem mais... Pra eternidade ficar, escreveu a vida não era escolha, sina. Sua.
Parabéns pra todos os seres poemas que realizaram Olhos de Café Quente"
Flavio Renovatto
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