quarta-feira, 24 de setembro de 2014

"Ver Odilia Nunes narrar a história de sua Bandeira me faz novamente molhar os olhos, escorrer o nariz, doer o peito, como foi no domingo passado, ouvindo Em Canto e Poesia, aumentando mais a saudade do sertão, da casa, do chão que me diz quem sou.
Ouvindo Em Canto e Poesia e agora vendo Odília, ao som de um coro ensaiando na mesma sala que eu, penso na razão da arte na vida de algumas pessoas, ou na falta de racionalidade a algo que é tão visceral, e parece ser tão claro isso, como diz meu amigo criativo… por que será que ninguém vê?

A verdade na obra é algo tão sublime e desestabilizador, uma pancada, uma falta de ar, um bolo que você precisa vomitar e fica entalado te fazendo sofrer, uma urgência.
Diante disso, as racionalidades certamente viram loucura extrema. Correr, cumprir, dar conta, atestar resultados, quantificar qualidades imensuráveis, averiguar conhecimentos… essa bur(r)ocracia paranóica que nos arrasta e convence a enquadrarmos nossos espíritos, criatividades, crenças, vidas e no fim não dizem quase nada de nossa humanidade.
Ser tocada por obras assim é algo que me causa vontade de rasgar a pele e sair levada pelo vento. É algo que me estapeia e me mostra quão louca posso estar, acreditando na ilusão cotidiana, e o quanto essa necessidade do sublime não pode ser ignorada.
É por isso que eu vivo arte."
Ana Paula Sá

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