quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Fui chamado para na próxima semana conversar sobre Poesia com um grupo de dança de Recife. Muito honrado!
Mas o convite me deixa ao mesmo tempo um tanto quanto fora de mim. De que poesia falar exatamente? E o que mesmo temos por poesia?
Sim, há a poesia da palavra (fazer rimas não é a mesma coisa que fazer poemas, lembrem), mas ela também se verifica, se prontifica, se exprime em outros suportes, em outras dimensões, em outras artes.
Uma fotografia de Steve McCurry não é um poema?
Por falar em fotografia poetizada, seria ela mesma a poesia ou serviria apensa de suporte? Ou será que o suporte é a poesia encarnada?
A dança, um movimento, uma respiração não é um poema?
E a música (Deus, a música!); e uma escultura de Michelângelo (mesmo inacabada) não seria poesia? E um quadro de Dali? Ou de Pollock? Ou de Van Gogh?
 “O Intendente Sansho” é poesia. “A Grande Beleza” é poesia. Quer mais poesia do que a gente pode beber em “Leolo”? E o novo filme do Camilo Cavalcante (vi somente o teaser, por enquanto) parece que é poesia do começo ao fim.

Pois é, temos o que ver e o que pensar.

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