sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sai do Alto Santa Isabel hoje direto para o Teatro.
Antes levei Dante na escola. Dia de provas.
Cedo. Céu pálido chuvoso, cor mingau.
O trânsito correu frouxo.
Resolvi descer na Boa Vista e ir pela Imperatriz.
Aproveitei para entrar na padaria.
Pão e café antes da jornada, um friozinho gostoso
Neste setembro incomum.
Fátima, que sempre me atende gentilmente,
Estava ela mesma fazendo o desjejum.
Sentei junto dela.
Constipada. Confabulamos.
Chegou ao Brasil, vinda do Minho, Portugal,
“No ano em que morreu Tancredo”, me disse.
 Falou do casamento mal sucedido,
Das esperanças ainda firmes,
Do cansaço dos dias.
Chorou.
Depois olhou o relógio no pulso,
Suspirou fundo.
“Tá na hora de voltar ao ringue”.
Levantou-se e se foi.
Há anos luta para não ser nocauteada.
E falem mal de tudo o que quiserem junto dela,

Só não falem mal do Brasil.

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