quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A gente dá os primeiros passos e nem saber onde vai chegar.
E encontra pelo caminho gente que vale à pena e gente que nem gente é. Só parece.
E, por outro lado, faz amigos. 
Um dia Leo foi comigo vender picolé na praia de Boa Viagem. Revezávamos a caixa de isopor.
Passamos o dia por ali. Do Othon Palace até Candeias, uma tirada. 
Fim de tarde. Céu azulzíssimo, sentamos para ver o pôr-de-sol de trombetas, como dizia a Emília, as nuvens tingidas de laranja.
Foi quando percebi que Leo não ia bem.
Tinha brigado com o pai, briga feia, tudo entalado na garganta, um nó. Quis não chorar, fez força para não. Mas em meio aos barulhos das ondas, não suportou os pesos. Falou pouco, mas falou até que o nó cresceu mais um tanto e ele não pôde manter a segurança das palavras. Aí chorou mais e correu e se meteu no meio de uma das ondas. Sarar sal com sal.
Pensei que nunca também eu tinha me dado bem com o meu pai.
Penso que brigar com os pais numa certa idade é bem mais penoso que em outras.
Eu desviei o olhar e espiei pro alto. Lá em cima tudo belo, como antes.
E voltar para casa naquela tarde (quase noite) foi de um silêncio atroz

Nenhum comentário:

Postar um comentário