terça-feira, 3 de agosto de 2010

Os olhos deixam de fitar o teto ou, morri.



Os olhos deixam
de fitar
o teto.

Em que casas os imbecis se ocultaram?
Ocultaram-se ou se esconderam?
Há diferenças?
Claro.
Mas, não, sobre imbecis ocultos ou escondidos.

Nem há diferenças em
deixar de fitar
ou fitar
o teto.

Talvez, qualquer teto que seja!
Talvez qualquer teto!
Qualquer teto!
Teto!

Teto feito feto não nascido
que sempre esteve,
porém, não percebido
é quase avô de um neto
que nunca foram.

Eu tenho direito a um teto!
Quero nascer novamente com o teto a que tenho direito!
Quero que me ensinem a olhar o teto,
para que possa vê-lo no último minuto,
nem que seja o do próprio caixão,
e o olhe eternamente
e fique brincando
de iludir o tempo vivido.

Até que o mundo passe,
até que a vida passe,
e eu, fique vendo passar.

É preciso aprender a olhar os tetos!

Os olhos deixam
de fitar
o teto.

Estou morto e não sabia.


Almir Rodrigues

Nenhum comentário:

Postar um comentário