sábado, 21 de agosto de 2010

CRIA CUERVOS


Chega a ser engraçado como a gente esquece coisas pelo caminho à medida em que vai vivendo. E quando menos se espera, lá na frente, essa coisa misteriosamente (ou não) nos assalta de súbito, como quem diz: “Ahá! Andou esquecido de mim, né, safado?! Pois olha eu aqui de novo! Quando nos encontraremos afinal?!”
Ontem estava eu na casa de um amigo para assistirmos a um filme (“Não amarás”, de Kieslowski) , quando um desses momentos estranhamente saltou na tela e me causou, ao mesmo tempo, espanto e tristeza. Espanto por ter me feito lembrar de si e tristeza por ter me feito pensar que podem haver outras coisas das quais não lembro agora e que correm risco de mofar no baú de memórias (ou melhor:des-memórias), sem jamais poderem me achar de novo.
Interessante é que depois do advento do DVD, eu quase não vejo mais trailers. Mas há certos produtos que não saltam logo para o “menu”, então nos obrigam a ver tudo quanto é trailer até que possamos finalmente acessar o filme. E não foi isso, justamente isso, que aconteceu ontem? E que bom, que felicidade que tenha sido assim! Tratava-se (e trata-se ainda) do trailer de uma película do Carlos Saura. Há décadas atrás (não muitas, claro!) lembro de ter visto este mesmo trailer em uma sessão de arte, num videoclube desses da vida, mas nunca vi o filme.
Saura é um cineasta importante, a meu ver, de grande sensibilidade. E o filme ganhou prêmio especial do júri em Cannes (1975). De novo voltei a ficar interessado nele.
Esta semana estava elencando com a namorada filmes que deveremos assistir juntos. Fizemos uma longa lista dos nacionais. Ficou faltando a internacional. Acho que será agora, então... “Cria Cuervos” e eu teremos finalmente o nosso encontro realizado. Para os curiosos fica a dica de acessar o endereço abaixo para conferir do que estou falando.

http://www.youtube.com/watch?v=pczJsUbqblY

Um comentário:

  1. Se ainda houver vagas para a lista internacional não deixe de acrescentar "À Prova de Morte", road movie de Tarantino que reune magistralmente todos os elementos da obra do cara, com um roteiro simples mas surpreendente. É de sair da sala escura aos berros. Um deleite estético! salve, salve, De Cusa!

    E.V.

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