Um dia, por acaso, fui parar dentro de uma velha capela, numa comunidade da periferia de Recife. Estavam fazendo um Auto de Natal. Faltava a melhor iluminação, não havia um figurino lá tão bom, a maquilagem era canhestra, mas a vontade do elenco de fazer com que algo nos tocasse nos tocava de fato, verdadeiramente. No final, José e Maria fugiam pelo deserto e o elenco cantava uma música do Geraldo Azevedo. Assim mesmo. Um milagre então aconteceu: sem esperar o melhor dos espetáculos, fui abduzido pela força dos amantes.
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