quinta-feira, 29 de agosto de 2013

ABBAS ATTAR

Quanto mais a gente vive, mais novos nomes nos vêem. Este é ABBAS ATTAR. Não sabia de sua existência... até ontem.


Ler mais em http://foto.espm.br/index.php/referencias/as-jornadas-politicas-sociais-e-religiosas-de-abbas/

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


E às vezes de súbito vem
Essa vontade louca de eternizar
A brevidade de um instante!
A cor ocre da folha seca no chão,
O pôr de sol de trombetas,
Uma chuva matinal,
Vento na copa dançante dos oitizeiros!
É como se as coisas simples nos registrassem
No que parece não durar...
Nem elas nem nosso olhar
Mas que se encontraram momentaneamente
Meio que por acaso.
E esse encontro por si só durasse para sempre!

Soleil

Ao Coletivo Angu, meus sinceros agradecimentos... de verdade!
Muito bom esse fim de semana de trabalho duro com o Jean-Jacques Lemêtre!
Retorce, provoca, instiga, anima, questiona, mexe, embaralha, desconcerta, poetisa!
Massa encontrar gente que há tempos não via
E outros tantos rostos que nem conhecer conhecia.
Ver seus suores, humores, corpos, êxtases, limites, talentos.
Tadeu Gondim, valeu! Sucesso ao Angu!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Acoustic Alchemy

O Acoustic Alchemy foi uma descoberta recente. Uma banda de jazz instrumental bem interessante. Vale a pena conferir. Ver link: http://www.youtube.com/watch?v=UoGPLRRTSDU


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO - filme



Não sabia que o Debord tinha feito um filme baseado no seu livro. Fica aqui a dica para assisti-lo.O link segue abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=A4FAJsFqHe0

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Glenn Gould

Glenn Herbert Gould (25 de setembro de 1932; 4 de Outubro de 1982) foi um genial e renomado pianista canadense, conhecido especialmente por suas gravações de Johann Sebastian Bach. Suas gravações das Variações Goldberg são consideradas um marco na música ocidental do século XX. Gould abandonou as apresentações ao vivo em 1964, dedicando-se, desde então, apenas às gravações em estúdio, pelo resto de sua carreira, com um estilo de tocar muito peculiar, muitas vezes excêntrico.
Ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=8FEhczgoryg

O Moinho e a Cruz


Diante da perseguição religiosa e política que os invasores espanhóis impõem à comunidade flamenga na Flandres do século 16, Nicolaes Jonghelinck (Michael York), um rico mercador da cidade de Antuérpia, amaldiçoa a impiedade do tempo. "Se ao menos pudéssemos pará-lo, poderíamos combater esse instante sem sentido até o fim", diz.
Interromper o tempo não deixa de ser uma das vantagens da pintura - e em O Moinho e a Cruz (The Mill and the Cross) o diretor Lech Majewski imagina como teria sido o processo de criação de A Procissão para o Calvário, tela de 1564 de Pieter Bruegel sobre a realidade de Flandres da época. Rutger Hauer  interpreta o pintor no filme, e nele explica a seu mecenas, Nicolaes, as suas escolhas de composição e o sentido que ele busca dar à obra.
Inicialmente, o filme de Majewski parece mesmo uma visita guiada de aula de história da arte. Como tal, deve colocar as coisas em contexto, e O Moinho e a Cruz adere a uma das interpretações recorrentes do quadro: Bruegel, artista obcecado por temas bíblícos (como sua famosa Torre de Babel) mas também pelas trivialidades do seu tempo, transpõe em A Procissão para o Calvário a crucificação de Jesus para Flandres, como forma de equiparar a perseguição religiosa na Roma antiga à opressão dos católicos espanhóis na era das navegações.
Temos aqui, então, não só um filme que desconstrói e renova o eterno discurso da arte-contra-a-barbárie (se a barbárie move o mundo, como a inexorabilidade das pás de um moinho, só uma perspectiva de fora, deslocada no tempo e no espaço, pode impedi-la), mas também uma encenação bastante curiosa de um dos eventos mais retratados da história, a Paixão de Cristo.
É uma pena que O Moinho e a Cruz não tenha sido feito em 3D; a forma como Majewski combina a encenação com fundo falso e as paisagens pintadas teria ainda mais impacto nesse formato. De qualquer forma, é o trabalho de design de som que no fim acaba sobressaindo. Na tela, explica Bruegel, a posição elevada do moinho, entre as nuvens, visa substituir a figura de Deus. O barulho que faz a moenda durante o calvário, que parece mastigar todos os sons do mundo (pelo menos os sons que constituíram aquele mundo ao longo do filme, do vento aos animais), seria a demonstração do desígnio de Deus.
Há um exagero calculado nisso, porém. É como se, ao pintar com cores tão berrantes a professada onipotência divina, Majewski misturasse irreverência e reverência, até o ponto em que esses opostos se tornassem indistinguíveis. É nesse equilíbrio que O Moinho e a Cruz opera (o caos das crianças sobre a cama e os populares se bolinando na rua versus o peso dos passos na escadaria do interior do moinho, que em si já tem muito de cômico), emulando o próprio talento de Bruegel para descontextualizar a religião oficial, e criticá-la.

Por Marcelo Hessel

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

La batalla de Chile: 1. La insurreción de la burguesía (Chile, Cuba, França 1979).



De Patrício Guzman. Documentário em /89’.

Considerado um dos melhores e mais completos documentários latino-americanos, A batalha do Chile é o resultado de seis anos de trabalho do cineasta Patrício Guzmán. Dividido em três partes (A insurreição da burguesia, O golpe militar e O poder popular), o filme cobre um dos períodos mais turbulentos da história do Chile, a partir dos esforços do presidente Salvador Allende em implantar um regime socialista (valendo-se da estrutura democrática) até as brutais conseqüências do golpe de Estado que, em 1974, instaurou a ditadura do general Augusto Pinochet. Com uma câmera inquisitiva que vai ao encontro dos fatos e protagonistas da história, Guzmán testemunha um país em convulsão e produz uma reflexão aguda sobre a condição política latino-americana.
Foram quase sete anos para estruturar o material filmado, entre 20 e 25 horas de imagens, conta o realizador: “Levamos oito, nove meses só para chegar à conclusão de que deveriam ser três filmes. Um dia disse a Pedro Chaskel, meu montador: ‘Não podemos fazer um filme longo. Não podemos perder tanto material. Vamos fazer a seguinte divisão: A insurreição da burguesia, com todas as ações da direita; O golpe de Estado, síntese das ações da direita e da esquerda; e O poder popular, com as ações espontâneas do povo para neutralizar o boicote contra Allende’. Levamos quase um ano para encontrar essa definição”. Terminada a montagem da primeira parte, em 1975, Patricio saiu para apresentá-la “em dois ou três festivais” e retornou logo à montagem, “pois tinha pressa em terminar o segundo filme, porque nela estava o golpe”.

À LUZ DE PATRICIO GUZMAN


Patricio Guzmán (Santiago, Chile, 1941) é um cineasta na primeira pessoa – singular em sua voz, plural em suas considerações. Seus documentários são extremamente pessoais em termos de perspectiva, mas o que eles tentam capturar através de suas perguntas e reminiscências é uma narrativa coletiva. Seu trabalho tem sido intensa e extensamente substanciado pela experiência da Unidade Popular do Chile, pelo golpe militar de 1973 e pela ditadura.
O presente é muitas vezes documentado de modo a deixar um registro quando esse momento se torna passado, como no álbum de família que o diretor gosta de evocar. Foi o que aconteceu com seus filmes da década de 1970, que lhe trouxeram reconhecimento internacional. Ficou claro que, independentemente do resultado, a presente realidade era por demais significativa para não ser gravada no ato. É assim que a brutal interrupção da presidência de Allende se torna uma parte tão importante da vida e filmes de Guzmán – se é que se pode dissociar uma coisa da outra –, como Primer año (1973) e sua célebre trilogia A Batalha do Chile (1975-1979), que ele terminou no exílio; e posteriormente Salvador Allende (2004).
Mas documentar não impede o esquecimento. O que fazemos hoje com os vestígios do passado? Memória, bem como a nossa necessidade de lembrar, tem sido uma questão central de todos os filmes de Patricio Guzmán (diretamente abordada em Chile, A Memória Obstinada (1997), e não menos do que no recente Nostalgia da Luz (2010), que reflete sobre como o passado define o presente).
Com a premiação pelo conjunto da obra para um talento latino-americano, a FIPRESCI reconhece a importância e a consistência do trabalho de Patricio Guzmán, e seu compromisso com a memória.

Pamela Biénzobas
Crítica de cinema chilena

http://2011.festivaldorio.com.br/mostras/homenagem-patricio-guzman/

NOSTALGIA DA LUZ - filme de Patricio Guzman

Foi Patricio Guzmán, há anos atrás (sic), quem nos ensinou que a memória é obstinada: as marcas da ditadura de Pinochet, apesar de ocultas, escondidas e ignoradas, continuam vivas para quem queira e saiba buscá-las. Sem rancor e com a mente aberta, pois como disse o próprio Guzmán, durante a apresentação do seu último filme no Festival de Cannes, “lembrar ajuda a construir o futuro”, este cineasta chileno se enfrenta novamente com o arrepiante legado de Pinochet em um dos seus mais brilhantes filmes, possivelmente o auge, até o momento, de uma trajetória de compromisso político e poético, pessoal e patriótico, com sua memória e a de seu país inteiro. Patricio Guzmán viaja ao norte do Chile, às áridas terras do deserto do Atacama, para conectar dois pontos tão distantes no espaço, quanto próximos no seu trabalho sobre a memória: a astronomia e a busca dos cadáveres daqueles que sofreram a represália da ditadura de Pinochet. Com seus telescópios gigantes os astrônomos observam o passado no céu, as luzes que emitiam algumas estrelas que talvez já nem existam, e, ao seu lado, as mães e esposas dos desaparecidos arranham o chão e olham o que está mais próximo, em busca também da memória do país e de suas famílias. Nunca a terra havia estado tão perto de tocar o céu. Nunca houve tanta luz em uma tela de cinema.

 http://www.cineconhecimento.com/2012/12/nostalgia-da-luz/
Eugene Galien Laloue (1854-1941)
Pintor franco- italiano, popularizou cenas de rua, normalmente pintadas no outono ou inverno. Sua obra representa com precisão a época em que ele viveu: uma vida feliz, animada Paris, la Belle Époque , com carruagens puxadas por cavalos , bondes e seus primeiros ônibus, calçadas e avenidas cheias de pessoas.
Usava 5 outros nomes: "L.Dupuy", "Juliany", "E.Galiany", "Lievin" e "Dumoutier".
Serge-Marshennikov
Serge-Marshennikov
Serge-Marshennikov
Serge-Marshennikov
Maria Kreyn

Eric Zener
“Há as estratégias dos artistas que se propõem mudar os referenciais
Do que é visível e enunciável ,
Mostrar o que não era visto,
Mostrar de outro jeito o que não era facilmente visto,
Correlacionar o que não estava correlacionado,
Com o objetivo de produzir rupturas no tecido sensível das percepções
E na dinâmica dos afetos. 
Esse é o trabalho da ficção.
Ficção não é criação de um mundo imaginário oposto ao mundo real.
É o trabalho que realiza ‘dissensos’,
Que muda os modos de apresentação sensível
E as formas de enunciação,
Mudando quadros, escalas ou ritmos,
Construindo relações novas entre a aparência e a realidade,
O singular e o comum,
O visível e sua significação.
Esse trabalho muda as coordenadas do representável;
Muda nossa percepção dos acontecimentos sensíveis,
Nossa maneira de relacioná-los com os sujeitos,
O modo como nosso mundo é povoado de acontecimentos e figuras.
(...) As formas da experiência estética e os modos da ficção 
Criam assim uma paisagem inédita do visível,
Formas novas de individualidades e conexões,
Ritmos diferentes de apreensão do que é dado,
Escalas novas.”

Jacques Rancière em “O Espectador Emancipado”