sábado, 20 de outubro de 2012

Sexta Ímpar



 Ontem, sexta-feira, foi um dia ímpar. Não por ter sido um 19, neste outubro de pouca graça. Não. Falo da singularidade, da estranha atmosfera, da esquisitice mesmo do dia. Terá sido assim para todo mundo? Ou somente para mim? Ontem, esta sexta-feira singular, foi aniversário do meu irmão (difícil falar com ele quando ele não tá afim).
Também foi dia de pensamentos esparsos sobre o retorno ou a extinção definitiva de minha carreira com a banda musical (Zambiola) depois da Feira do Empreendedorismo, no Centro de Convenções.
Também foi dia em que chegou ao fim a novela do João Emanuel Carneiro (Avenida Brasil), com uma trama torta, cheia de problemas e barrigas, mas de direção e fotografias surpreendentes.   Sem falar no trabalho da Adriana, que Esteve completa, absoluta, endemoniada (logo eu que detesto novelas e não acompanho nenhuma desde a obra-prima do Cassiano Gabus Mendes, “Que Rei Sou Eu?”, em 1989!).
Foi ontem também que descobri a inclassificável Maria Gabrilea Llansol, uma escritora portuguesa que tem um sangue poético do Fernando Pessoa na veia.
E, por fim, teve a estreia de “Avesso”, espetáculo de Ana Flávia e Igor Lopes, da Cia. Cicuta Sem Estricnina, no SESC Casa Amarela, em Recife, às 20h. Dois textos inteligentes, dois atores com apetite. Realmente é muito bom ver que alguns grupos e companhias teatrais desta cidade andam à procura de outras possibilidades para além dos besteiróis e dos espetáculos de adolescentes revoltados. Curto e grosso, o trabalho de Flavia e Igor são um tapa no bom comportamento, no politicamente correto, sem perder a austeridade.
É isso. Foi assim a minha sexta absurda. Talvez achemos ao término desta fala toda que não há nada de verdadeiramente excepcional no que foi dito. Pode ser. Mas sabem aquela sensação esquisita de que é muito, muito esquisito quando tudo, tudo, tudo no parecer assim tão no lugar, tão comum, tão normal? Que será que é isso?
Eu, heim?! Sei lá!

Um comentário:

  1. Ô Quiercles, obrigada pela presença e pelas divagações sobre o Avesso. Estamos nessa caminhada estranha, com muito prazer. E contando sempre com a companhia de pessoas como você, que se dispõem a experimentar conosco essa loucura toda. Valeu! Beijos.

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