segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Para a Psicologia do Artista




Para que haja a arte, para que haja um fazer  e contemplação estética, é incontornável uma condição fisiológica prévia: a embriaguez. A embriaguez tem de intensificar primeiro a excitabilidade da máquina inteira: senão não se chega à arte. Todos os tipos de embriaguez, por muito diferentes que sejam os seus condicionamentos, têm a força de conseguir isto: sobretudo a embriaguez da excitação sexual, que é a forma mais antiga e originária de embriaguez.
Do mesmo modo, a embriaguez que nasce como conseuqencia de todo grande empenho do desejo, de toda e qualquer afecção forte; a embriaguez da festa, do combate, dos atos de bravura, da vitória, de todo e qualquer movimento extremo; a embriaguez da crueldade; a embriaguez na destruição; a embriaguez sob certas condições meteorológicas, por exemplo a embriaguez primaveril; ou sob a influência de narcóticos; por fim, a embriaguez da vontade, a embriaguez de uma vontade acumulada e dilatada.”

Friedrich Nietzsche, in "Crepúsculo dos Ídolos"

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