quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Veneza

Oh! Veneza suja
Desse meu país!
Escuta, Meretriz,
Este filho teu,
Que saiu de casa
Pra viver bem longe
E mesmo tão distante
Nunca te esqueceu

Como tens passado
Tuas noites quentes?
E o teu verão sem fim
Não te abrasou?
O mar que te arrebenta,
Como tu suportas?
E o lixo que te adorna,
Quem te enfeitou?

Nas águas do teu rio
Ainda existe vida?
Nas pontes que costuram
Os pedaços teus,
Nas ruas e avenidas
Cantarão os blocos,
Delirando sobre a terra
Onde se verteu

O sangue de teus filhos
Que tombaram cedo
Sem medo de lutar
Por belos ideais
Mas viraram temas
De canções antigas
Troças dos destroços
De outros carnavais

Eu compus poemas
Com de grande tristeza
Como um cristão lastima
Ter matado Deus
Mas no mais secreto
De seu coração
Desconfia em silêncio
De que não morreu...

... meu amor por ti Oh!
Veneza suja desse meu país Oh!
Veneza suja desse meu país Escuta,
Meretriz, Este filho teu
Que mesmo tão distante
Nunca te esqueceu

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