quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pissoa

Não sei se tem voz, vez em quando, em vocês, meus amigos, um desespero de não saber ao certo aonde ir, o que de si fazer e se sentir, meio assim, alquebrado e só. Dá dó um sujeito amofinado, trancafiado no quarto escuro de sua própria existência. Calculo o pulo, meço o medo, o tamanho do abismo, me esquivo, não vou, não logo, um pouco depois. Mas há ocasiões em que ir um pouco depois já é ir tarde demais. Quem segurará a minha mão, se acaso eu escapulir do penhasco, ribanceira embaixo? Quem vai abrir meu pára-quedas no antes do baque? Quem sonhará que me viu ir, anjo solto e sem asas? Quem falará de nossos cheiros, beijos, e afeições? Quem escreverá poemas e comporá canções com o nosso rosto e gosto pela vida, mesmo ferida, mesmo tristinha, mesmo festinha, mesmo daninha, danada, sernonada? Ah!, Pessoa, Pessoinha, quem lembrará de nós depois que morrermos?

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