Há quinze anos, perguntaram ao Luiz Mauricio Carvalheira porque ele não tinha televisão em casa. Eu estava presente na sala e lembro de que a resposta foi algo como: “Prefiro comprar uma rede, aonde lerei meus livros”.
Eu também, seu Luiz, ando alienado, como dizem por ai. Não leio jornais, noticiários, rádios, revistas... Do mundo, poucas notícias só, um quase nada. Abisma-me tanta coisa ruim, tanta maldade, tanta judiação, embora saiba na idéia que é necessário saber delas todas, tentar compreender a essência do Mal, tentar empreender uma luta contra, formar grupos de apoio e resistência a isso e aquilo, mas que posso fazer se nada disso no coração me apetece? Talvez com uma televisão paga, via satélite ou a cabo, pudesse voltar a me seduzir, mas a televisão aberta tal qual hoje temos (salvo uma ou outra exceção) é de uma lástima sem tamanho. Então tranquilamente me detenho no que acho mais essencial.
Não deixo de ir ao cinema e ao teatro, duas de minhas paixões inomináveis. E comprei já uma rede, aonde entro, espreguiço, leio e sonho.
Às vezes me acomete uma vontade engraçada de escrever. Noutras, me vem melodia e entabulo uma canção, mas por ora não sinto falta de mais nada.
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