quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SHAMPOO




Hoje acordei pensando em você e
Nas coisas que me diz sem palavras.
Senti a cama já vazia, mas ainda quente,
Passeei com a mão leve sobre o lugar de seu descanso
E abracei um travesseiro perfumado de shampoo.

Preguicei até não mais poder,
Demorando a me pôr de pé.
Depois abri as janelas e
O sol veio tingindo as cortinas de loura cor.

Ducha fria,
Toalha xadrez na mesa de madeira,
Café quente e
Pão com manteiga.
Os olhos postos na cadeira deserta.

Na casa sozinha, só eu, um fantasma nu,
Ia caminhando à procura dos indícios
De que ali você estivera horas antes
E se fora sem alardes.

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