“A gestão do fluxo é um desafio importante na dança e as
suas consequências filosóficas e poéticas são infinitas. Através do lirismo
tônico, mais do que por meio de outras componentes do movimento, o corpo do
bailarino toca no corpo do espectador, trabalhando-o para mudar a sua
consistência e estabilidade. Se o deslocamento de peso fala simbolicamente ao
corpo do outro (e fala-O), quase como representação (não figurativa), a mudança
tônica, por seu lado, nada representa: ela CANTA simplesmente. Mantém com a
nossa cinestesia uma relação inteiramente musical e arrasta-nos, por meio do
ato das nossas próprias vibrações profundas ou ligeiras, até à região mais
lírica da consciência corporal.”
Laurence Louppe