segunda-feira, 4 de julho de 2011

Filipluma

Tudo o que é sólido

Desmancha no ar
O que era firme desapareceu
Apenas o fugaz permanece e dura
O que era eterno a pouco se perdeu

Se perdeu na encruzilhada
Na promessa na estrada na esquina
Na escuridão da noite calada
Desespero Deus Jogatina
Solidão a dois e emboscada

O anel que era de vidro quebrou
O amor que era pra sempre morreu
O anjo lá do bosque mudou
Depois que ele se foi feneceu
Brilho ladrilhante da rua
Em que eu quis morar com você

Vida breve
O amor maior do mundo
Leve bruma
Por mais que seja amor profundo
Filipluma
Não durará mais que um segundo

(mesmo que dure a vida a inteira)



Um comentário:

  1. Comento com Vinícius, o poetinha:
    "E assim, quando mais tarde me procure
    quem sabe a morte, angústia de quem vive,
    quem sabe a solidão, fim de quem ama,
    que eu possa lhe dizer do amor que tive,
    que não seja imortal, posto que é chama,
    mas que seja infinito enquanto dure".

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