“Quero dizer mais uma vez que não discuto as vantagens
democráticas criadas por essa nova ordem mundial, penso que elas são consideráveis.
Todavia, afirmo que um aspecto essencial da cultura-revolta (...) está
ameaçado, que a própria noção da cultura como revolta e da arte como revolta
está ameaçada, submergidos que estamos pela cultura divertimento, pela cultura-performance,
pela cultura-show. ”
“Em vez de adormecer na nova ordem normalizadora, tentemos
reanimar a chama, que tem tendência a se apagar, da cultura-revolta”.
“A felicidade só existe ao preço de uma revolta. Nenhum de
nós se satisfaz sem enfrentar um obstáculo, uma proibição, uma autoridade, uma
lei que nos permita nos avaliar, autônomos e livres”.
“Mas e se acontecer que essa identificação com o poder não
funcione mais, que eu me sinta excluído (a), que eu não perceba mais o poder,
que se tornou normalizador e falsificável? O que acontece, então? O que devo
fazer?”
Julia Kristeva
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