quinta-feira, 2 de junho de 2016

KRISTEVA

“Quero dizer mais uma vez que não discuto as vantagens democráticas criadas por essa nova ordem mundial, penso que elas são consideráveis. Todavia, afirmo que um aspecto essencial da cultura-revolta (...) está ameaçado, que a própria noção da cultura como revolta e da arte como revolta está ameaçada, submergidos que estamos pela cultura divertimento, pela cultura-performance, pela cultura-show. ”

“Em vez de adormecer na nova ordem normalizadora, tentemos reanimar a chama, que tem tendência a se apagar, da cultura-revolta”.

“A felicidade só existe ao preço de uma revolta. Nenhum de nós se satisfaz sem enfrentar um obstáculo, uma proibição, uma autoridade, uma lei que nos permita nos avaliar, autônomos e livres”.

“Mas e se acontecer que essa identificação com o poder não funcione mais, que eu me sinta excluído (a), que eu não perceba mais o poder, que se tornou normalizador e falsificável? O que acontece, então? O que devo fazer?”


Julia Kristeva

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