domingo, 2 de março de 2014

Che Cos`é la Poesia, DERRIDA?

"Para Jacques Derrida (…), o poema vem sempre do outro, é um ditado do outro, que eu desejo aprender de cor, isto é, através do coração que memoriza um texto que se define pela concisão e a economia das palavras. Há um percurso do poema (e a poesia não existe, só existem poemas), que vai desde o cais de partida ao porto de chegada, deixando que se inscreva no texto a marca da origem e as vicissitudes do percurso (desfiguração, transfiguração, indeterminação), e tendo sempre no horizonte a potencial relação com um referente: «Come, bebe, engole a minha letra, porta-a, transporta-a em ti como lei de uma escrita em que o teu corpo se tornou: a escrita em si». Que esta escrita em si tenha a ver com a configuração linguística do poema de que fala Adorno, eis o que me parece bastante óbvio. Mas o que em Derrida se reforça é a energia do «tu» e a paixão do singular: «Chamarás poema a uma encantação silenciosa, à ferida áfona que de ti desejo aprender de cor.»

Eduardo Prado Coelho, «Esse Pássaro Fluido»

IMPORTANTE: ver na Estante Virtual a revista INIMIGO RUMOR n.º 10 com o texto completo de Derrida.

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