quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Lá se foi Carminha Miranda


Morreu hoje pela manhã a filósofa pernambucana Maria do Carmo Tavares de Miranda, aos 86 anos. Alguém a conhecia, alguém leu um de seus livros, quem sabia de sua obra, de sua existência? Eu mesmo a ignorava completamente, até ainda a pouco, quando um colega de trabalho me interrogou a seu respeito. Não, não sabia dela.
Nascida em Vitória de Santo Antão, em 1926, era apaixonada pela aventura do ser. Correu atrás de seus sonhos e se tornou assistente de Martin Heidegger na Alemanha dos anos 1950. Hoje é considerada pelo pensamento europeu uma das expressões mais altas da intelectualidade brasileira. E eu, que nunca ouvi falar seu nome! Pena não a ter conhecido. Pena já tê-la encontrado saindo de sua floresta. Mas vou caçar o seu legado.
Isso me traz novamente a ideia de que há tantos artistas e pensadores que nos são tão próximos, tão vizinhos e tão anônimos, desconhecidos da maioria absoluta. E a gente podia travar um diálogo germinador e perdemos a chance! Agora a conversa com só poderá se dar de outra forma, válida também, mas talvez menos calorosa.
Ô Deus, dá-nos a capacidade de reconhecer o gênio de nossos pares, aplaudi-los e abraça-los, antes que voltem ao pó! Principalmente os que não estão a fim de ficar todo o tempo se autopromovendo nos facebooks da vida, os que se mantêm velados e silenciosos, mas estão plenos de criação!

Nenhum comentário:

Postar um comentário