Tempo de transformações desfila em Recife urgências tardias. Morrem jardins e, do dia para noite e da noite para o dia, velhas construções vêem abaixo indiscriminadamente. É o progresso que chega, com atraso de décadas. Novos Haussmans alargam ruas, sobem viadutos, sucumbem o passado em destroços e metralhas, contra o relógio que não cessa de correr.
A cidade, organismo vivo, é como alguém que tendo passado muito, muito tempo sem se alimentar, de repente se empanturrasse de comida em poucos minutos, com sérios riscos de indigestão. Ou um doente que exagerasse nos remédios, com riscos de entrar em coma.
Assim é que transformamos tudo sem nos ligar a nada.
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