segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sherlooock


Tão bom descobrir o mundo! Saber das coisas, abrir os olhos às descobertas!
Estava lembrando a pouco de que Januário, uns três ou quatro anos atrás, já perto do horário do restaurante do Tavares Correia fechar, sentar-se comigo à mesa e comentarmos sobre isso de descobrir as coisas novas. Eu me referia à possibilidade de novas paixões, ao fogo de se meter na vida de alguém novamente, da euforia que isso trás. Ele falou de seu pequeno Anjinho, de sete anos de idade, que uma semana antes, em Recife, havia, com um sorriso matreiro, como quem pega a gente com as calças na mão, encurralado o pai:
- Aaaah! Pensa que eu não sei, né?!
- Heim?
- Você pensa que eu não sei de nada!
- Não sabe o quê, filho?
- Que você já namorou a mamãe!
A criança havia visto os dois, pai e mãe, num álbum de fotografias, quando eram ainda namorados. Quando a criança nasceu, pouco menos de um mês, os pais se separaram. E agora, sete anos depois, o anjinho investigador tinha finalmente descoberto a prova cabal de um tempo havido antes dele vir ao mundo para bisbilhotar os álbuns.

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