segunda-feira, 10 de outubro de 2016


A primeira coisa é se autoconhecer a ponto de saber o que GERA ENERGIAS em você, o que promove alterações em seu estado e condutas normais, o que transforma as suas atitudes (internas e externas), o que lhe dá FORÇAS. (Não estou falando de drogas)
Nunca entrar em nada QUE NÃO SEJA DESAFIADOR PARA VOCÊ, que não faça o seu coração bater mais forte, que não lhe arranque fora da comodidade, que não mexa com você, que lhe deixe indiferente.
É preciso mesmo SILENCIAR para se ouvir melhor.
É necessário saber DESLIGAR O MUNDO LÁ FORA para acionar as suas FORÇAS INTERNAS (suas vísceras, seu coração, seu diafragma, seus pulmões, seu fígado) e suas FORÇAS EXTERNAS (seu corpo, sua voz).
É que você vai se doar por uma hora e meia, você vai operar um sacrifício e precisa estar pronto, ativo, como um atleta, como um sacerdote. Algo maior que você vai começar a se desvelar para o público, para a sua comunidade, para o que vierem lhe ver, algo mais intenso que a vida comum e ordinária vai sacudir as pessoas. Precisa que lhe sacuda antes de sacudir o outro.
E você tem de dominar o ritual, que tem de ser realizado com precisão cirúrgica: cantar, dançar, ficar imóvel, se movimentar, respirar, falar... você precisa ser dono e senhor de cada palavra que será dita, de cada gesto que desenhará mundos no espaço do jogo, que é o palco, a arena, o campo, o ringue, a praça, o terreiro, a estrada.
Precisa saber que um ator cria mundos, sim, que instaura atmosferas, que impulsiona pensamentos, mobiliza sensações, emoções, comoções, que faz refletir, que gera outros modos de ver e sentir.
Eu conto com vocês para cada coisa que vai ser posta ali, nisso que é o ALGUÉM PRA FUGIR...
Para que a dança aconteça, Para que o grito desentale, Para que o arrepio venha,
NUNCA IR AO ENSAIO COM INDIFERENÇA PELO JOGO.
Nunca se apresentar como se fosse a coisa mais banal que há.
Por que isso sempre é a morte do artista.
E não deixa de ser também, em certa medida, a morte do espectador.
Por que é tempo jogado fora. E tempo é vida.
É a sua vida e a do outro que está em jogo, portanto.
É o seu tempo e o do outro que está se escoando ali.
É preciso intensidade nas coisas que a gente faz.
E intensidade não quer dizer falta de delicadeza.
Façam valer a pena. Deem conta do recado.
Amo vocês

FÉ E PEIA DURA!